quinta-feira, dezembro 14, 2006

Blood on Blood

Há uma altura nas nossas vidas, quando somos novos - adolescentes - em que os amigos são a nossa vida e nós as deles.
Eles são as pessoas mais importantes do mundo e nesta altura, os amigos vão ser amigos para sempre. E, por eles (e com eles), vivemos aventuras, assaltamos fortes, faziamos as coisas que dizíamos que iriamos fazer,e, depois de feitas, erguiamo-nos tão satisfeitas connosco próprias...
Eramos eu, a Dina e a Nélia, num dia cortámos as nossas mãos e fizemos uma promessa, um pacto que só irmãs de sangue compreendem.
Éramos tão novas e tinhamos tantas certezas!
A Nélia era a nossa heroina, não tinha medo de nada e enfrentava quem fosse preciso e protegia-nos! Junto dela estavamos tão bem!
A Dina era a mais experiente e a que nos levava para fora da vila que já estavamos fartas de estar. Tinha sempre uma aventura com alguém e contava-nos as peripécias em que se tinha metido.
Faltavamos às aulas no fim da Primavera para rolarmos do nosso monte abaixo, das três árvores, coberto de relva, atirávamos os cd´s que tinhamos comprado em promoção porque, realmente não valiam nada (depois iamos à procura deles para não deixar restos de acessórios humanos junto da Natureza), percorriamos kms pelos caminhos fora, subiamos tantas montanhas, tirávamos montes de fotografias, e os planos que fazíamos...
Agora a Nélia tem dois filhos lindos e está a lutar pela vida para conseguir andar em frente;
a Dina é empresária de uma firma e faz muito bem o seu trabalho na Grande Lisboa,
e eu... eu sou professora de adultos numa vila da Beira, tenho um marido e um filho espectaculares.
Apesar dos anos que passaram e dos kilómetros entre nós, apesar de estarmos tão longe e de andarmos tão embrenhadas nas nossas vidas, digo-vos, sempre que precisarem de mim, estarei ao vosso lado.

Blood on Blood
Não esqueço! Faz parte de quem me tornei!

2 comentários:

Maf disse...

Muitas vezes não são só as amizades que se tornaram raízes na adolescência...
Muitas das vezes são amigos conquistados já nos dias que passam todos os dias...
Agora aqueles que são valiosos e que perduram e que connosco estão sempre que precisamos e não precisamos deles, esses sim são imprescindíveis e estão sempre cá, da infância à velhice o importante é que todos existam para darem mais um bocadinho de cor aos nossos dias...

India disse...

Sim, Mafalda!
Para mim não há nada mais duradouro (depois do amor) do que a amizade! Ela é o que, depois de tudo, resta! Quando tudo nos falta, os amigos estão lá!