quarta-feira, setembro 27, 2006

O Princípio do Viver


O viver e saber-se que se vive, independentemente da dependência que possa haver, vive-se para si. O ser-se vivido, já experiente, com lindas recordações, com memórias ainda a latejar dentro das nossas mentes.
A magia começa…

O que dar de nós à Vida? O que a Vida nos dará? Somos novos, ansiamos desesperadamente o controlo das rédeas e achamo-nos capazes disso, claro. Se nos chamam a atenção para a direcção que tomamos, ficamos chateados, revoltados, frustrados por a nós não nos corresponder a vontade da escolha. Com tantas sentenças , conclusões, outras ideias, o meditar de novas experiências, tudo isto nos faz desaperceber que somos, pouco a pouco moldados, pouco a pouco ensinados, pouco a pouco encaminhados para vivermos a nossa vida por nós, como tanto ansiamos. Talvez que alguns se detenham e não reclamem por serem mandados, mas que se deixem ser habilmente moldados, sabiamente ensinados, enigmaticamente encaminhados sem porem em questão o porquê de tanto árduo trabalho.
É o princípio do viver, mas quantos se aperceberão disso?! Quantos saberão aproveitar isso?!
Se o reconhecerem será no pleno viver da vida. Sai de cada um de nós, do nosso mais fundo, um agradecimento ou um desgosto por termos sido bem puxados, severamente exigidos das nossas tarefas ou, por outro lado, se não nos ensinaram a, porventura, VIVER.
Não olhamos mais para trás, mas temos consciência desse passado. Quer-se viver, saber que existe muito à nossa frente para se percorrer, e é nosso objectivo no jogo fazer-se o melhor que se puder. Deu errado? Então, recomeça-se, ainda há tempo… de qualquer maneira, há sempre!
É preciso espíritos abertos, boa aceitação do que estiver para vir e saber lidar-se com o inesperado. Assim, como poderá haver “errado”? Existem, sim tentativas que resultam ou não, consequências de actos com os quais se terá que lidar e anda-se para a frente! Creio que , por muitas pessoas que nos rodeiem, vivemos essencialmente para nós, para que o nosso espírito se realize, se forme, cresça, se eleve acima das perspectivas do Ser divino. Aí, como nos sentiremos?! Estranhamente iluminados! Qualquer coisa de inviolável se torna ainda mais incorruptível. Não se atinge a plenitude com palavras… é demasiado elevado!
No entanto, corre-se um irrevogável risco – o de saber se, no final, se soube ou não viver – eis o grande medo e desespero de Kierkegaard.

No final, ficaremos exactamente, com o produto desse risco. Se se soube viver, aí, contente com tudo, recordam tudo pois não há mais para realizar. Tudo o que significava capricho e desejo foi satisfeito, concretizado e realizado e será melhor desfrutado se tiver sido arduamente conseguido. É inútil tentarmo-nos sentir concretizados com o que é conseguido facilmente. Mas isto são detalhes.

Ainda que sintamos que já tudo nos passou pela vista, queremos, como um vício entranhado, continuar energicamente a viver. Mas a diferença já é largamente notória. E a memória vem-nos à mente, como coisas recentes e muito queridas.

Por outro lado, é neste estado que mais queremos ensinar, procuramos nos mais novos aprendizes capazes de nos seguir as proezas. É quando mais admiramos os anciãos, nas suas experiências e na vontade irresistível de nos guiar; os seus conselhos sensatos serão para sempre apreciados.
Vemo-los, parece que nunca foram outra coisa senão anciãos sensatos, experientes, calmos, prontos a repreender ou a ajudar com palavras por eles vividas. E os novos, sentem-se obrigados a inclinar a cabeça perante eles, apercebem-se do tesouro que “possuem” e reclamam perdão.
Parece que aos nossos olhos nunca tiveram uma vida, parece que para sempre serão anciãos que nos avisam de imprudências, e a quem pedimos que nos guiem.

E crianças crescem, e em adultos vivem, e como anciãos ensinam.
Terá a magia acabado?

A História

História é aquilo por que passou o teu espírito, século após século, ano após ano, aquilo que experimentou, sentiu e viveu. E, se pudermos e conseguirmos compartilhar isso com as outras pessoa, ainda melhor. (Nunca se recebe tão bem quando se consegue dar ainda mais.)

sexta-feira, setembro 15, 2006

Da Pena e da Compaixão


A PENA – sentimento humano

“Pena, s.f. desgosto; tristeza; dor; aflição...” in Dicionário da Língua Portuguesa

Pena, sentimento que nos enaltece perante o outro. Sentimento que nos coloca num pedestal em relação ao outro. E olha-se lá bem para baixo para o ser de quem se tem pena, porque nós os piedosos, somos bem melhores e temos melhor sorte do que eles, que caíram e estão agora de rastos no chão!

Pena, sentimento em que se lamenta a existência do outro. Tanto amor pelo próximo que não conseguem conter dentro deles mesmos tanta paixão. Mas à mais pequena oportunidade, não se apercebem que estão a espezinhar outros, provavelmente quem têm a seu lado!

Despertem! Há pessoas que não são suficientemente mendigas para aceitarem esmolas! E se recusam a piedade dos outros, são criticados e despojados daquela aurea de debilidade que inicialmente lhes puseram.
Há mais honra e nobreza nesta recusa de piedade do que na virtude de sentir pena de/por alguém!
É necessário respeitar a desgraça, o fracasso e/ou a pobreza dos outros.
Pena?! ... Nem através de palavras nem através de olhares!

quarta-feira, setembro 13, 2006

Os Dinaussauros

Os Dinossauros

Posso admitir que ainda hajam seres que recorram aos seus instintos mais primitivos para sobreviver nesta selva, mas não têm qualquer desculpa quando, para sobreviverem, atropelam quem quer que seja só para poderem levantar o pescoço e mostrar quem é o galo do poleiro. Mas chega de falar de bichos!
Agora, os dinossauros! Numa palavra: são uns sobreviventes! Depois de exaustivamente estudados, microscopicamente examinados e cinematograficamente explorados, ainda há quem os admire e se sinta fascinado pela enormidade destes bichos. É de louvar!

terça-feira, setembro 12, 2006

As Palavras


As Palavras

Na minha opinião é uma arte o saber escrever sem dizer exactamente aquilo que se quer dizer.
Acredito que o escritor que assim escreva, o faça, não com intenção de subterfúgio ou dissimular o que realmente pretende dizer, mas para despertar espíritos e espicaçar mentes adormecidas. E por que não dizer algo, não de uma forma clara e explícita, mas distorcida e subtil?! No mínimo, dá trabalho tentar perceber o que se escreveu. Mas isso são linhas para quem sabe ler…
Reconheço alguns mestres neste tipo de escrita, e, garanto, dão que pensar! Se não escrevessem com Palavras tão distorcidas, com Palavras tão rebuscadas, com Palavras que aparentemente não têm qualquer relação com o contexto, nunca nos chamariam a atenção, nunca nos fariam reagir, nunca nos tocariam tão fundo.
As palavras… tão fortes e tão eternas…não há nada nesta Terra de Deus que apague o que uma vez foi dito ou escrito. Mesmo que se tente quebrar, rasgar, partir, apagar as palavras, já será tarde se tiverem sido proferidas. E permanecem no nosso espírito, no ar, naquele tempo e naquele espaço sem que nada as faça deixar de existir.
As palavras… tão usadas, tão gastas… e no entanto, se forem usadas no momento certo, se tiverem a conotação certa, são como uma lufada de ar fresco para a mente, coração e espírito!
Usar as palavras para deixar correr o que se sente, como um rio que flui… e, no entanto, ninguém percebe bem como corre esse rio até ter mergulhado naquelas águas e senti-las.
É imprescindível que se permita renovar as Palavras a cada dia, a cada momento! Deixá-las pulsar, viver através de nós, como se se libertassem para o mundo pela primeira vez!

segunda-feira, setembro 11, 2006

A Política

A POLÍTICA

Aí está um assunto que eu não consigo tomar partido… A política desde sempre deixou certos sentimentos de desconfiança, desaprovação e descrédito. Nunca houve até hoje um partido que falasse para os meus ouvidos.
Desde que me apercebo do que se trata a política, não consigo deixar de comparar os políticos aos antigos vendedores da banha da cobra. Vendem o que for preciso: ideias, ideais, pensamentos, crenças, imagem, as famosas promessas e até casacas.
Eu admito e respeito tudo o que evolui e melhora com o tempo. Não posso, de maneira alguma, incluir aqui a política. Ela, em primeiro lugar, é uma multidão, e a multidão é vazia e não é ninguém. É multifacetada e apresenta-se como sendo o espelho do cliente que se encontra à sua frente. É volátil e extremamente inconstante. Não é crível porque vender é o objectivo, e um bom vendedor diz aquilo que for preciso para vender. Por outro lado, nunca vi um partido político perfeito, só partidos políticos com lacunas menos graves que o outro. Mas o mais incoerente é o frenesim das pessoas que, depois de uma grande decepção em relação ao partido em vigor, vão a correr para votar noutro partido que as deixará tão ou mais desiludidas que os políticos anteriores.
O que fazer então com países, capitais, distritos, concelhos e freguesias que necessitam de ser dirigidos? Não sei, mas com o tempo que a humanidade tem na Terra, já é tempo de pensar numa organização inteligente, humana e principalmente que se interesse!
Concordo quando diz que “todos os militantes deviam sentir-se obrigados a lutar sempre, interna e externamente, sem preconceitos mas com firmeza, pelos valores em que acreditam, para si e para a sociedade”. Mas temo estar a pedir demasiado de alguém ao fazer este pedido.
Não arrisco em deixar opções. E o meu espírito não se consegue deter mais para pensar em algo tão passageiro e inconstante como os políticos de um país!
É preciso voar! Erguemo-nos para alcançar algo maior e melhor! É preciso imitar o voo das águias!

quinta-feira, setembro 07, 2006

Ps da Autora do Blog

... a quem interesse...
Retirei um dos posts por erros de acentuação. Posteriormente serão reintroduzidos.

terça-feira, setembro 05, 2006

Paz de Alma


Se queres paz de alma,
Ouve a voz da Terra,
As fontes sussurrantes,
O canto das estacoes,
E conheceras a paz do coracao.
O espirito do Homem
Transforma-se no que contempla.

A Calma Interior e um espaco real, e um rochedo solido que nao te afecta, nem os ruidos do mundo, nem a agitacao dos homens. Mas o sabio fica alerta, em estado de vigilia, lucido e imovel como o olho do ciclone.