terça-feira, setembro 12, 2006
As Palavras
As Palavras
Na minha opinião é uma arte o saber escrever sem dizer exactamente aquilo que se quer dizer.
Acredito que o escritor que assim escreva, o faça, não com intenção de subterfúgio ou dissimular o que realmente pretende dizer, mas para despertar espíritos e espicaçar mentes adormecidas. E por que não dizer algo, não de uma forma clara e explícita, mas distorcida e subtil?! No mínimo, dá trabalho tentar perceber o que se escreveu. Mas isso são linhas para quem sabe ler…
Reconheço alguns mestres neste tipo de escrita, e, garanto, dão que pensar! Se não escrevessem com Palavras tão distorcidas, com Palavras tão rebuscadas, com Palavras que aparentemente não têm qualquer relação com o contexto, nunca nos chamariam a atenção, nunca nos fariam reagir, nunca nos tocariam tão fundo.
As palavras… tão fortes e tão eternas…não há nada nesta Terra de Deus que apague o que uma vez foi dito ou escrito. Mesmo que se tente quebrar, rasgar, partir, apagar as palavras, já será tarde se tiverem sido proferidas. E permanecem no nosso espírito, no ar, naquele tempo e naquele espaço sem que nada as faça deixar de existir.
As palavras… tão usadas, tão gastas… e no entanto, se forem usadas no momento certo, se tiverem a conotação certa, são como uma lufada de ar fresco para a mente, coração e espírito!
Usar as palavras para deixar correr o que se sente, como um rio que flui… e, no entanto, ninguém percebe bem como corre esse rio até ter mergulhado naquelas águas e senti-las.
É imprescindível que se permita renovar as Palavras a cada dia, a cada momento! Deixá-las pulsar, viver através de nós, como se se libertassem para o mundo pela primeira vez!
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1 comentário:
Por vezes, nem é preciso a música ou a poesia para entrar no ritmo das palavras.
Há palavras que podem construir um mundo, e outras que o podem destruir num abrir e fechar de olhos.
E muitas vezes, as pessoas que têm o poder de melhorar o mundo e de tornar a vida melhor ou, pelo menos, mais feliz, a muita gente, não sabem utilizar as suas palavras.
E depois há aqueles com a capacidade de o fazer, mas que não têm poder nenhum e, na maioria das vezes, ainda tem de correr contra a maré...
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