O viver e saber-se que se vive, independentemente da dependência que possa haver, vive-se para si. O ser-se vivido, já experiente, com lindas recordações, com memórias ainda a latejar dentro das nossas mentes.
A magia começa…
O que dar de nós à Vida? O que a Vida nos dará? Somos novos, ansiamos desesperadamente o controlo das rédeas e achamo-nos capazes disso, claro. Se nos chamam a atenção para a direcção que tomamos, ficamos chateados, revoltados, frustrados por a nós não nos corresponder a vontade da escolha. Com tantas sentenças , conclusões, outras ideias, o meditar de novas experiências, tudo isto nos faz desaperceber que somos, pouco a pouco moldados, pouco a pouco ensinados, pouco a pouco encaminhados para vivermos a nossa vida por nós, como tanto ansiamos. Talvez que alguns se detenham e não reclamem por serem mandados, mas que se deixem ser habilmente moldados, sabiamente ensinados, enigmaticamente encaminhados sem porem em questão o porquê de tanto árduo trabalho.
É o princípio do viver, mas quantos se aperceberão disso?! Quantos saberão aproveitar isso?!
Se o reconhecerem será no pleno viver da vida. Sai de cada um de nós, do nosso mais fundo, um agradecimento ou um desgosto por termos sido bem puxados, severamente exigidos das nossas tarefas ou, por outro lado, se não nos ensinaram a, porventura, VIVER.
Não olhamos mais para trás, mas temos consciência desse passado. Quer-se viver, saber que existe muito à nossa frente para se percorrer, e é nosso objectivo no jogo fazer-se o melhor que se puder. Deu errado? Então, recomeça-se, ainda há tempo… de qualquer maneira, há sempre!
É preciso espíritos abertos, boa aceitação do que estiver para vir e saber lidar-se com o inesperado. Assim, como poderá haver “errado”? Existem, sim tentativas que resultam ou não, consequências de actos com os quais se terá que lidar e anda-se para a frente! Creio que , por muitas pessoas que nos rodeiem, vivemos essencialmente para nós, para que o nosso espírito se realize, se forme, cresça, se eleve acima das perspectivas do Ser divino. Aí, como nos sentiremos?! Estranhamente iluminados! Qualquer coisa de inviolável se torna ainda mais incorruptível. Não se atinge a plenitude com palavras… é demasiado elevado!
No entanto, corre-se um irrevogável risco – o de saber se, no final, se soube ou não viver – eis o grande medo e desespero de Kierkegaard.
No final, ficaremos exactamente, com o produto desse risco. Se se soube viver, aí, contente com tudo, recordam tudo pois não há mais para realizar. Tudo o que significava capricho e desejo foi satisfeito, concretizado e realizado e será melhor desfrutado se tiver sido arduamente conseguido. É inútil tentarmo-nos sentir concretizados com o que é conseguido facilmente. Mas isto são detalhes.
Ainda que sintamos que já tudo nos passou pela vista, queremos, como um vício entranhado, continuar energicamente a viver. Mas a diferença já é largamente notória. E a memória vem-nos à mente, como coisas recentes e muito queridas.
Por outro lado, é neste estado que mais queremos ensinar, procuramos nos mais novos aprendizes capazes de nos seguir as proezas. É quando mais admiramos os anciãos, nas suas experiências e na vontade irresistível de nos guiar; os seus conselhos sensatos serão para sempre apreciados.
Vemo-los, parece que nunca foram outra coisa senão anciãos sensatos, experientes, calmos, prontos a repreender ou a ajudar com palavras por eles vividas. E os novos, sentem-se obrigados a inclinar a cabeça perante eles, apercebem-se do tesouro que “possuem” e reclamam perdão.
Parece que aos nossos olhos nunca tiveram uma vida, parece que para sempre serão anciãos que nos avisam de imprudências, e a quem pedimos que nos guiem.
E crianças crescem, e em adultos vivem, e como anciãos ensinam.
Terá a magia acabado?
No entanto, corre-se um irrevogável risco – o de saber se, no final, se soube ou não viver – eis o grande medo e desespero de Kierkegaard.
No final, ficaremos exactamente, com o produto desse risco. Se se soube viver, aí, contente com tudo, recordam tudo pois não há mais para realizar. Tudo o que significava capricho e desejo foi satisfeito, concretizado e realizado e será melhor desfrutado se tiver sido arduamente conseguido. É inútil tentarmo-nos sentir concretizados com o que é conseguido facilmente. Mas isto são detalhes.
Ainda que sintamos que já tudo nos passou pela vista, queremos, como um vício entranhado, continuar energicamente a viver. Mas a diferença já é largamente notória. E a memória vem-nos à mente, como coisas recentes e muito queridas.
Por outro lado, é neste estado que mais queremos ensinar, procuramos nos mais novos aprendizes capazes de nos seguir as proezas. É quando mais admiramos os anciãos, nas suas experiências e na vontade irresistível de nos guiar; os seus conselhos sensatos serão para sempre apreciados.
Vemo-los, parece que nunca foram outra coisa senão anciãos sensatos, experientes, calmos, prontos a repreender ou a ajudar com palavras por eles vividas. E os novos, sentem-se obrigados a inclinar a cabeça perante eles, apercebem-se do tesouro que “possuem” e reclamam perdão.
Parece que aos nossos olhos nunca tiveram uma vida, parece que para sempre serão anciãos que nos avisam de imprudências, e a quem pedimos que nos guiem.
E crianças crescem, e em adultos vivem, e como anciãos ensinam.
Terá a magia acabado?
1 comentário:
Teriamos muito a aprender com os povos selvagens e com os animais.
Curioso, não é?
Nós, que nos consideramos os supra sumos da sabedoria, do conhecimento, da inovação e da descoberta...
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