Vem aí uma nova vida!
Espero que ela venha a encontrar tudo aquilo por que anseia,
tudo aquilo que precisa
e tudo aquilo que quer...
Espero que sejamos bons arcos, de material bem forte, com direcção clara e profunda e que a nossa pequena seta seja bem direccionada!
Espero que todas as aprendizagens que forem feitas não sejam à custa de dor e sofrimento... mas que crescimento não o é?!
Espero que a Vida tome bem conta deste rebento que escolheu estes pais para o ensinar a dar os primeiros passos nesta Terra de Deus.
Quando tinha cerca de 15 anos os meus pais nos ofereceram (aos filhos) este poema. Inicialmente não o compreendia mas gostava do que lia, depois decorei-o, por fim, aprendi as suas verdades.
"Teus filhos não são teus filhos.
São filhos e filhas da vida.
Vêm através de ti, mas não de ti.
E, embora vivam contigo, a ti não pertencem.
Podes dar-lhes o teu amor, mas não os teus pensamentos,
Pois eles têm os seus próprios pensamentos.
Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na casa do amanhã, que tu não podes visitar
nem mesmo em sonhos.
Podes esforçar-te por ser como eles, mas não procures fazê-los igual a ti,
Porque a vida não anda para trás e não se demora no ontem.
Tu és o arco do qual os teus filhos, tal como setas vivas, são atirados.
O Arqueiro mira o alvo à procura do infinito
e estica com a Sua força para que suas flechas se projectem, rápidas e para longe.
Que o teu encurvamento na mão do Arqueiro seja para a Alegria:
Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco,
que permanece estável."
Kahlil Gibran, "O Profeta"